after all, tomorrow is another day




Fechar a porta.
Esquecer, deixar para trás. A bagunça, o barulho, o demasiado, cheio. Nunca mais pensar no que foi, nem no que será. 
Limpar tudo, expulsar o que está a mais, o excedente, o pútrido, infestado de vermes corrosivos, térmites de medula óssea e matéria cerebral, que parasitam o corpo desde a ponta espigada dos cabelos até às unhas dos pés. Que dominaram pensamentos e emoções e prisões.
Esquecer o passado. Nunca mais voltar para trás. Evoluir.
É mesmo preciso olhar para esse passado para aprender? Ou a aprendizagem resume-se a evitar o sal do que está atrás de nós? É  isso que é crescer?

Novidades fresquinhas!

Tenho um novo blog!!!! London Called.
Porque vou emigrar! ;)
Mas este não vai desaparecer, espero até que re-apareça!

considerações de entre paredes de papel

Suaves são as grilhetas que me prendem, se o fossem mais duras não serviriam o seu propósito.
A prisão a ser deve manter-se insidiosa, sussurrante, distante, que só franzindo o olhar a podemos ver e mesmo assim apenas turva como um dia de calor.

freestyle


Não é que eu não seja feliz, claro. Sou muito feliz, e muito grata por tudo o que tenho. Mas há sempre qualquer coisa que falha, que não há e devia haver. Mas depois nem sei porque é que devia haver. Quem disse, quem mandou? Fui eu ou foram outros e eu ouvi sem querer, de fininho? Depois nem sei se queira mais ou menos, se quero assim ou assado, se quero que mude ou fique na mesma, paradinho. Bloqueio e bato em retirada, vergonhosamente escondendo o estandarte que antes levantava bem alto, não vá alguém ver e perceber que é tudo uma farsa bem estudada e ensaiada da qual não me lembro do guião e não tenho quem me sussurre de uma caixinha no chão o que me esqueci de ser, fazer, dizer, parar e batalhar, ou não, do que me esqueci de me esquecer e sempre me lembro freneticamente sem parar sem respirar sem nunca esmorecer a vontade de querer menos ou mais, diferente ou igual, sei lá eu. Alguém sabe?

I'm back baby!

Como diz a Rita, isto de não escrever há tanto tempo tem mesmo muito que se lhe diga. Mas não o vou dizer aqui. Não tudo, pelo menos. Let's just say que por algum tempo perdi a inspiração. Tecnicidades a mais têm as suas consequências...
Mas voltei, espero.

choices, choices

Apercebi-me no outro dia (qual descoberta da pólvora) que o meu dia é cheio de dilemas. Sempre ouvi dizer que a vida é feita de escolhas, claro, mas nunca tinha pensado mesmo nas mais rídiculas escolhas que tenho que fazer todos os dias. O que me leva a pensar na quantidade de universos alternativos que poderiam existir à volta das hipóteses que não segui.

Logo quando o despertador toca começam os dilemas: acordar logo ou carregar no repetir e acordar passados cinco minutos? Em regra, ganha a segunda opção. Again and again and again. Dilema seguinte: ir ou não ir ao ginásio? Depende sempre das horas a que consigo acordar, do trabalho planeado para esse dia. Se não vou, o dilema seguinte é ver os e-mails enquanto tomo o pequeno-almoço, e perder mais tempo, ou tomar o dito na cozinha, a correr? Mesmo a definição dos ingredientes do pequeno-almoço é outro dilema: só café; café,  iogurte e cereais, ou vou à padaria e tomo um verdadeiro pequeno-almoço? Normalmente ganha o que for mais rápido. Se vejo os e-mails do escritório, outro dilema: respondo logo ou espero até chegar ao escritório? 
Depois a escolha da roupa para esse dia. Este é dos dilemas cuja decisão é mais difícil. Como sou friorenta e tenho um ar de miúda, o esforço máximo é encontrar roupa que sirva vários objectivos diferentes: manter-me quente no escritório enquanto enfrento os diversos ares condicionados dos colegas e, se estamos no verão ou na primavera, essa mesma roupa tem que ser leve o suficiente para eu não assar na rua, ao mesmo tempo que tem que ser séria q.b. para um dia de escritório sem parecer que roubei o fato da minha mãe. 
Depois o cabelo: liso ou aos caracóis, apanhado ou solto, rabo de cavalo ou ganchos, lavo ou aguenta mais um dia, se lavo, seco ou não?
Depois a cara: pinto ou não? Normalmente não...
A seguir o que vai ser o meu almoço? Levo o resto do jantar e almoço no escritório, ou vou almoçar fora? Depende do que foi o jantar e do estado das finanças. Mas decidir isto de manhã dá-me sempre uma volta ao estômago...

E estes são os dilemas que me coloco mesmo antes de sair de casa. 
Não é de admirar que quando, ao fim do dia, o meu amor me pergunta "o que queres jantar" a resposta seja sempre "o que tu quiseres".

finalmente!

 Daqui: Guardian
 Rescaldo de primeiro dia de férias: leitura completa de um livro com 550 páginas. I'm back!