e agora dava em crítica literária?

Fiz uma coisa que não faço há anos. Li um livro numa semana, sem ser durante as férias. E não era releitura de um livro já lido. Era um livro novo, acabadinho de comprar, com a lombada ainda virgem. E percebi que tinha muitas saudades de ler. Livros novos.
O Generation X, maravilhosamente escrito e pensado, pareceu-me um exemplo perfeito de uma catarse de histórias pensadas durante anos. Doulgas Coupland parece trabalhar as palavras e as frases com um cuidado extremo, o que acaba por fazer com que o livro pareça não pensado + escrito mas originado directamente de emoções e associação livre de palavras.
Escrita rápida, moderna e despretensiosa, leva-me a entrar num estado de permanente ironia perante as absurdas tarefas mundanas da gente comum. E lembrou-me por que razão adoro a escrita dele: prática, assume os acontecimentos chave das histórias como panos de fundo para o mais relevante sobressair – o que sentem/pensam as personagens. Como os acontecimentos afectam as suas vidas. Como vêem o mundo para além do óbvio. E como ele o sabe descrever com originalidade. E tudo isso me ocorre não pelas histórias descritas, mas pela construção frásica, pelo estilo de cada personagem, fugitivos de cosmopolitas doutrinas de sucesso a todo o custo.
Além disso, adoro qualquer livro que me faz rir sozinha no eléctrico e me obriga a ler em qualquer minuto vazio que tenha durante o dia.
Mas isto é só a minha opinião não académica e vale o que vale. Mas, resumindo, li e recomendo.
Agora estou a ler Paul Auster, que espero me faça sentir/pensar tanto como Douglas Coupland. So far so good!

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