Quando abriu os olhos pela primeira vez só viu uma luz imensa e desatou a chorar. Mas que raio era isto? Porque a tiraram de onde estava, da sua casinha, quentinha e aconchegante, onde estava rodeada daquele líquido suavezinho e espesso, para a deixarem aqui ao frio, sem nada à sua volta que a protegesse? Mas que diabo de criaturas malvadas podia fazer isto a um pobre ser indefeso, que mal abria as pálpebras e cuja única forma de comunicação eram uns inofensivos balidozinhos?
Mas de repente embrulharam-na numa coisa quentinha e aconchegante, que lhe lembrou o líquido da sua casinha perdida, e pousaram-na num sítio molinho, que mexia e lhe fazia umas cócegas no braço.
Já sem chorar, abriu os olhos mais uma vez e viu a coisa mais bonita que alguma vez tinha visto. Não sabia bem o que era, mas olhar para ela fazia-a sentir-se muito bem, como se tivesse voltado para a sua casinha. A esta coisa linda linda juntou-se outra, maior e diferente, e então percebeu que este lugar era ainda melhor que a sua casinha, e já calma, fechou os olhos e adormeceu, aconchegada ao colo da sua mãe, sob o olhar embevecido dos recentes Pais.
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