desabafo

Há dias difíceis para escrever. Porque o telefone toca demais, porque a roupa se acumula no cesto, porque a loiça não se lava sozinha, porque há camas para fazer e chãos para aspirar e sopas para fazer.
Talvez um dia tudo se faça sozinho, ou de alguma forma automática, sem a nossa intervenção, e possamos passar o dia a fazer o que gostamos mais, apenas e só. E talvez aí não tenhamos rigorosamente nada sobre o que escrever.
Ou não, ou será apenas este sentimento de não ter nada para dizer um reflexo de uma preguicite resultante de mentes cansadas após semanas inteiras de endless problems solving?
Ou apenas o medo daquele ecrã branco enorme que nos olha fixamente à espera das nossas verdades absolutas?
Ou talvez seja mesmo a vontade de viver a vida antes de escrever sobre ela, de gozar os momentos de felicidade surreais?
Nesses momentos, mais vale escrever isto do que nada, certo?

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